Viajar permite que possamos descobrir algo novo, as vezes o
novo não está nos lugares diferentes, mas sim na sutileza das pequenas
descobertas. Foi assim que “A casa do lago” entrou em minha vida, zapeando
pela TV do Avião.
Era um filme romântico, e talvez ali no anonimato pudesse me deixar permitir ver algo que normalmente não vejo. E aí veio a minha primeira indagação porque eu não posso ver este tipo de filme? Construímos personagens para lidar com o mundo e eles em algum momento tomam conta da gente que não sabemos mais se somos o personagem ou nós mesmos.
Era um filme romântico, e talvez ali no anonimato pudesse me deixar permitir ver algo que normalmente não vejo. E aí veio a minha primeira indagação porque eu não posso ver este tipo de filme? Construímos personagens para lidar com o mundo e eles em algum momento tomam conta da gente que não sabemos mais se somos o personagem ou nós mesmos.
O filme se passa em dois anos, 2004 e 2006, onde um
personagem de 2004 se corresponde com um que está em 2006. Daí a primeira questão
interessante, o quão racional pode ser a vida e as temporalidades? Os tempos
estão sempre em contato, interagindo, determinando... o que fazemos hoje tem
muito do que deixamos de fazer ontem, ou o que fazemos hoje é exatamente igual
ao que fazemos ontem. Então o hoje e ontem se confundem de tal forma, que o
hoje é ontem e vice -versa.
O fio condutor do filme é o livro Persuasão da escritora
inglesa Jane Austen, que retrata os encontros, desencontros e reencontros da
vida, os arrependimentos e as avaliações que fazemos em todo este processo, mas
o que me chama atenção é que isto é feito de forma sensível e sem culpas,
pessoas adultas, vivendo histórias reais, com sensibilidade e dando-se valor as
coisas que realmente importam.
O final do filme é inverossímil, mas que diz que a vida tem
que ser racional?